28 de junho de 2008

Crónica do roteiro pola Serra da Capelada


O último roteiro foi dos mais nortenhos que tem realizado a Agrupaçom de montanha e o único em que figemos o percurso pola beira do mar.

A saida figemo-la do mosteiro de Santo André de Teijido, cheio como sempre de turistas espanhois e devotos que andam à procura dum pouco de paz longe do ruido e das aglomeraçons do entorno urbano e o que conseguem cos seus carros, autocarros, berros e multitude é fazer de Santo André mais um espaço colonizado.

Saindo de Santo André caminhamos polo cordal em que pudemos gozar dumhas impressionantes vistas dos cantis que caem até a beira do mar. A Serra da Capelada estende-se em direcçom Sudoeste (nordeste da vila de Cedeira até o cabo Ortegal). Foi este o percurso que figemos. Chega a alturas em montes mui perto da beira do mar como o Monte Miranda (545 metros), sobre a paróquia da Pedra, os montes de Landoi e os penedos de Santo Adriam (com quase 600 metros) na paróquia de Veiga.

O percurso figemo-lo de vagar e parando-nos muito nas vistas que na segunda etapa, já de tarde, o nevoeiro cobriu os baixos da Serra, o que fijo ainda mais impressionante a paisagem.

Com umha altura máxima de 620 metros na caserna de vigilância de ponta Herbeira e paredes verticais de mais de 500 metros, som estes os cantis mais elevados da Europa ocidental. Por diante dos conhecidos cantis de Moher, face às Ilhas de Aran (na república da Irlanda) que levam a fama mas que som superados em altura polos desta impressionante Serra galega.

Ao avançar da tarde, chegamos a um ponto onde era já seguro que se nom dávamos volta teríamos que fazer boa parte do percurso de volta de noite. Logo dum debate entre os 14 montanheiros que formávamos o grupo, quatro montanheiros decidiram avançar sem mochilas para valorar a possibilidade de rematar o roteiro. Logo de 20 minutos caminhando, este grupo conseguiu chegar até um ponto onde podiam ver o remate da serra no Cabo Ortegal. Logo dumha pequena conversa decidiram tirar a sorte quem desses quatro montanheiros seriam os que voltariam com o resto até Santo André e cales seguiriam até o cabo Ortegal.

Os dous afortunados que sairom elegidos para continuarem até o Cabo Ortegal puderam gozar dumhas das vistas mais impressionantes do roteiro: Os Agilhons, três pequenas ilhas de pedra piramidais chantadas face ao faro que segundo a lenda, som os cascos de três cavaleiros da idade media que afundiram neste ponto. As referências aos Agilhons datam já dos gregos como ponto estratégico para a navegaçom. Este Cabo é considerado geograficamente como a separaçom entre o Océano Atlántico e o Mar Cantábrico.

Pudemos também divisar da altura as estibacións finais da Serra da Faladoira, esta serra já conhecida pola agrupaçom porque figemos o último roteiro da “Marcha pola Dorsal Galega” por ela, era visível o seu trajecto cara Estaca de Bares. Da Serra da Faladoira partem cara ao oeste outras ramificaçons como os Montes de Rande e do Feo (510 metros), até Ladrido e Espasante. Cara ao norte atopamos os montes de Devesos e Sam Paio, próximos a Ortigueira. Nesta zona passam a chamar-se Montes do Cancelo, Montes do Ermo e Pico de Taboada (540 metros), polo oeste cara Mera.

Ao rematarmos figemos um jantar de confraternizaçom na vila de Cedeira logo de ir buscar aos únicos dous montanheiros que chegaram até o Cabo Ortegal. Ali pugemos umhas faixas para lembrar que a eucaliptizaçom do pais, os parques eólicos e as canteiras a céu aberto estam a destruir a Serra da Capelada, a Serra da Faladoira e a nossa terra.

A noite pasamo-la no refugio que AMAL tem em Ferrolterra e ao dia seguinte, domingo de manhá, preparamos o refugio para o fazer habitável para próximas actividades da Agrupaçom.































10 de junho de 2008

MARCHA ANTI-AVE


o sábado 21 de Junho a Agrupaçom de montanha "Áugas Limpas" organiza um percurso em bici lúdico-reivindicativo que tem como objectivo conhecer a comarca de Ourense e denunciar as agressons que suponhem as obras para o passo do AVE.

DIA: SÁBADO 21 DE JUNHO

SAÍDA: ÀS 9 DA MANHÁ DO PAVILHOM DOS REMÉDIOS

PERCORRIDO: OURENSE-AMOEIRO-OURENSE
REALIZARÁ-SE EM BICI

PARA MAIS INFORMAÇOM CONTACTAR EM aguaslimpas@gmail.com

MARCHA ANTI-AVE


o sábado 21 de Junho o "Comando Ourense" da Agrupaçom de montanha "Áugas Limpas" organiza um percurso em bici lúdico-reivindicativo que tem como objectivo colhecer a comarca de Ourense e conhecer as agressons que supunhem as obras de construiçons do AVE. Meio de transporte eletista que nom é necesario.

DIA: SÁBADO 21 DE JUNHO

SAÍDA: ÀS 9 DA MANHÁ DO PAVILHOM DOS REMÉDIOS

PERCORRIDO: OURENSE-AMOEIRO-OURENSE
REALIZARÁ-SE EM BICI

PARA MAIS INFORMAÇOM CONTACTAR EM aguaslimpas@gmail.com

MARCHA ANTI-AVE


o sábado 21 de Junho o "Comando Ourense" da Agrupaçom de montanha "Áugas Limpas" organiza um percurso em bici lúdico-reivindicativo.

DIA: SÁBADO 21 DE JUNHO

SAÍDA: ÀS 9 DA MANHÁ DO PAVILHOM DOS REMÉDIOS

PERCORRIDO: OURENSE-AMOEIRO-OURENSE
REALIZARÁ-SE EM BICI

PARA MAIS INFORMAÇOM CONTACTAR EM aguaslimpas@gmail.com

4 de junho de 2008

Tod@s a Ferrol o 8 de xunho

A PLANTA DE GAS NOM É NECESARIA


Manifesto de AMAL para a manifestaçom contra a Planta de Gas de Mugardos:

NOM À PLANTA DE GÁS, NEM DENTRO NEM FORA DA RIA

A planta de gás é consequência da submissom de Ferrolterra e da Galiza aos interesses de umha empresa privada e do governo espanhol.

* A necessidade da planta de Gás só se explica polo crescimento das cifras macroeconômicas que leva implícito o capitalismo e os interesses de crescimento do governo espanhol. Nom é indispensável nem para a Galiza nem para a comarca de Ferrolterra.

* O tratamento da Galiza como umha colónia reflicte-se no facto de produzirmos muita mais energia da que precisamos. Destrozam a nossa terra e jogam coa nossa saúde e segurança para se lucrarem.

* O desarrolhismo como ideologia imperante nom nos permite valorar objectivamente a necessidade de umha planta de gás. No entanto, umha análise do modelo político actual e a sua gestom territorial e meio-ambiental poderá indicar alternativas possíveis ao dessarrolhismo insustentável em que vivemos.

* Os governantes, submetidos aos agentes econômicos (neste caso, o Grupo Tojeiro e Reganosa), nom podem assegurar o implantaçom de um modelo alternativo à ideologia do crescimento capitalista.

* O ecologismo é contrario à economia de mercado própria do capitalismo. A sustentabilidade que requer a humanidade nom é possível dentro desse sistema econômico.

Convidamos-te a que reflexiones na deconstruçom da teoria do crescimento que defende Reganosa, as empresas privadas e os governantes que acreditam no sistema capitalista. Pensa na sustentabilidade da nossa sociedade. Renega da ideologia do crescimento e do desarrolhismo. Por um uso racional da energia.

GALIZA NOM É UMHA COLÓNIA SUBMETIDA AOS INTERESSES DO CRESCIMENTO EMPRESARIAL E ESPANHOL

POR UMHA SOCIEDADE SUSTENTÁVEL: NOM À PLANTA DE GÁS.

AVANTE A RESISTÊNCIA CONTRA ESPANHA E O CAPITAL

Tod@s a Ferrol o 8 de xunho


A PLANTA DE GAS NOM É NECESARIA

8 de maio de 2008

ANUNCIO DO VINDEIRO ROTEIRO DE AMAL


Foto dos impresionantes acantilados da Serra da Capelada

AMAL organiza um roteiro pola Serra da Capelada o día 31, o último fin de semana de maio.

Saida: Ás 11h. do sábado 31 de maio.

Lugar de saida: Dende a sede da Fundaçom Artabria. (Rua Batalhons, Bairro de Esteiro, Ferrol).

Dificultade: Baixa.

Levade saco cama para passarmos a noite. Nom é precisso tenda.
TODAS A VIGO O DOMINGO 25 DE MAIO

Preme no cartaz para o ver de perto

ANUNCIO DO VINDEIRO ROTEIRO DE AMAL:

Foto dos impresionantes acantilados da Serra da Capelada

AMAL organiza um roteiro pola Serra da Capelada o día 31, o último fin de semana de maio. Nós próximos dias publicaremos mais informaçom sobre o roteiro (lugar de saida, a dificultade, percurso, etc).

2 de maio de 2008

Do monte Pindo ás Terras do Jalhas




No passado sábado 22 de Março, o grupo local de Compostela Agrupaçom de Montanha “Augas Limpas” visitamos a Costa da Morte e a Comarca do Jalhas. Saimos do monte Pindo, um dos lugares da mitologia galega, e andamos a serra da Runha, rumo à devesa de Anlhares e o concelho de Maçaricos. Som as paisagens bravas do ocidente da Galiza: relevos ondulados, alturas modestas, grandes zonas agrárias e gadeiras, e redutos das fragas que sobrevivírom aos lumes e as repovoaçons alcoliteiras. Umha comarca rica em património megalítico e lendas populares, que foi cenário da luita guerrilheira e de confrontos em defesa da mao comum. Hoje está ameaçada polo plam piscícola da Junta (Quilmas), polo sector eólico e pola voracidade de Ferroatlántica, que saquea o Jalhas com as suas centrais eléctricas. Nenhuma destas indústrias de lixo salva a comarca da emigraçom e o despovoamento.

Lendas:

O monte Pindo é umha imensa mole de granito rosa cujo cúmio (chamado a Moa) acada os 627 metros de altura. Existem numerosas lendas sobre este cúmio, que os historiadores románticos chamárom “Olimpo Celta”.

O Pindo domina as terras do Fim do Mundo, sendo o fogar das deidades galegas. Muito correm os contos, lendas e histórias deste lugar, que chegárom a suscitar o interesse em persoeiros galegos dos mais variados ámbitos.

Os nossos antergos só soubérom explicar a viçosa e curiosa geomorfologia do Pindo, inçada de relevos em bolos de granito, mediante histórias de deidades, esculturas, ou monstros e gigantes míticos, e lendas que enchérom de ilusom e fachenda aos habitantes destas terras, que transmitírom de pais a filhos, durante séculos, contos de tesouros fabulosos, belíssimas princesas, roteiros segredos, serpentes de sete cabeças, fadas encantadas, sacrifícios e ritos de fecundidade –que ao parecer vivêrom até tempos mui recentes-...que dérom forma à tradiçom que situa neste lugar o monte sacro dos celtas galegos. Obviando as lendas, o que si se topárom som numerosos restos arqueológicos, como petróglifos, trebelhos de bronze e, ao que parece, restos dumha velha hermida.

Topa os seus complementos ideais na praia de Carnota, a mais longa da Galiza, e cuja aparência muta seguido; também na espectacularidade da fervença do Jalhas no Éçaro, único lugar da Europa onde um rio cai em férveda directamente sobre as águas do océano. O espectáculo é, agora, raramente observável por mor do encoramento das águas do Jalhas em Dumbria. Apenas podemos desfrutar dele os domingos de Julho e Agosto. Estas som as terras do combate mítico de Dumbria. O topónimo refere a existência dumha importante citánia nestes eidos, como indica o vocábulo Dunn, palavra da antiga língua céltica galega. Precisamente, o historiador romántico Benito Vicetto enquadra em terras de Dumbria, na sua Historia de Galicia de 1865, o combate mitológico livrado entre Céltigo e Noério, chefes do clam dos primeiros galegos. A batalha foi cantada e exaltada polo bardo Pondal.

As lendas tampouco nom se esquecêrom da paragem vizinha do Jalhas, pois dize-se que trás dessa fervença da que caem directamente as águas sobre o mar, existe umha porta mágica guardada por bruxas, que levará em baixo do rio o moço que se atreva a passar, podendo daquela casar com umha bela princesa encantada e possuir umha enorme fortuna.

Riquezas naturais:

A difícil acessibilidade do Pindo guardou virgem durante séculos o mais grande tesouro ao que qualquer lenda pudera ter-se referido: um conjunto natural único, um autêntico edém de espécies naturais raramente visíveis em nenhuma outra parte do mundo. A jóia desta coroa é o carvalho anao (quercus lusitanica), cujo assentamento é único na Galiza. No Pindo toparemos vários exemplares desta espécie, declarada em risco de extinçom, e que soubo coexistir com outros carvalhos como os quercus robur e quercus pyrenaica, com pinheiros como o pinus pinaster, pinus radiata e pinus sylvestris, e com loureiros (laurus nobilis), acivros (ilex aquifolium)... e com outras espécies de alto valor ecológico.

Rota:

Estas pedras, assi que imos subindo, ganham em tamanho e começam a debuxar as mais variadas formas antropomorfas. Algumhas delas têm nome de seu, como o guerreiro do chao de Sam Lourenço, perto do que podemos ver também o que resta dumha exploraçom de wolfram.

A pouco de começar achamos numerosos moinhos de água em estado de abandono, e com umha cova em que se refugiárom, ao igual que em outras zonas do Pindo, numerosos guerrilheiros da IV Agrupaçom durante os anos posteriores a 1936, dado o seu difícil acesso e os muitos lugares para se agachar.

Contra a metade da subida, aparecem ante nós as ruinas do antigo castelo de Sam Jorge, na actualidade um conjunto de pedras amoreadas. No século X, o bispo de Íria Fávia, Sisnando, ordenou a construçom da rocha forte nas beiras do monte para defender estas terras dos contínuos ataques dos piratas. Habitárom-no várias famílias nobres, até que foi destruido em 1467 na segunda guerra irmandinha. Diz-se que há cincuenta anos ainda se podiam ver parte dos muros, desfeitos polos buscadores de tesouros.

Possivelmente ainda haveria dous castelos neste contorno. O estudioso e galeguista Carré Aldao fala-nos de três fortalezas: a de Canedo, fora dos limites do monte; a de Sam Jorge, já nomeada, situada no alto do Pedrulho, face o porto de Quilmas, e a de Penafiel, no monte do mesmo nome. Ainda que nom se conservam restos materiais determinantes nem documentaçom analisável, si há umha inscriçom em latim numha pedra isolada, que testemunha toda umha época:

"Reis, bispos, presbíteros, todos por poderes recebidos de Deus, excomulgárom aqui este castelo".

A inscriçom, ainda hoje visível, fai referência à excomunhom que no ano 1130 lançou o arcebispo Gelmires contra o conde de Traba, por ter prisioneiro no seu castelo ao Arcediano de Trastámara.

A vegetaçom começa a rarear conforme subimos e, se tivermos sorte, poderemos ver greas de cabalos bravos.
Ao chegarmos aos primeiros cúmios, o carreiro colhe direcçom norleste e logo norte, para acedermos à plataforma pétrea polo leste.
Quando pisamos o cúmio, o espectáculo que dá nas vistas compensa o esforço realizado. Do promontório há umha panorámica privilegiada da zona: Cabo Fisterra, a ria de Corcubiom, a desembocadura do Jalhas...e grande parte do litoral galego aos nossos pés. Também podemos ver um conjunto de petróglifos e caçoletas formadas polos muitos anos de erossom da chuva.

O padre bieito Martinho Sarmiento fijo umha ampla referência a este monte, dizendo que o seu nome fora posto pola sua semelhança com o Pindo da Greça; até mesmo parece haver nos seus outeiros um coro de musas. O padre recolhe várias histórias e lendas sobre ele, como que a erva do Pindo medra muito da noite à manhá; que existem infinitas ervas medicinais, ou que a ele acodiam as parelhas estéreis, com a intençom de conseguirem descendência.

Xosé Barreiro Barral, grande estudoso deste maciço, afirma que na sua primeira visita a este lugar, alô polo ano 1932, topou os restos dum antigo povoado, e era aqui onde se situava umha das três aras sextianas.
Deste ponto iremos cara Arcos, onde nos deteremos um bocado nas fervenças de Noveira. Logo atravessaremos os montes da Runha (645 m) e iremos para a Devesa de Anlhares: o segundo bosque atlántico mais grande do contorno e também o mais ocidental da Europa. Se nom o impedirmos, tem os seus dias contados em vista do futuro projecto hidráulico que aumentará a sobreexploraçom do Jalhas.


Do monte Pindo ás Terras do Jalhas







No passado sábado 22 de Março, o grupo local de Compostela Agrupaçom de Montanha “Augas Limpas” visitamos a Costa da Morte e a Comarca do Jalhas. Saimos do monte Pindo, um dos lugares da mitologia galega, e andamos a serra da Runha, rumo à devesa de Anlhares e o concelho de Maçaricos. Som as paisagens bravas do ocidente da Galiza: relevos ondulados, alturas modestas, grandes zonas agrárias e gadeiras, e redutos das fragas que sobrevivírom aos lumes e as repovoaçons alcoliteiras. Umha comarca rica em património megalítico e lendas populares, que foi cenário da luita guerrilheira e de confrontos em defesa da mao comum. Hoje está ameaçada polo plam piscícola da Junta (Quilmas), polo sector eólico e pola voracidade de Ferroatlántica, que saquea o Jalhas com as suas centrais eléctricas. Nenhuma destas indústrias de lixo salva a comarca da emigraçom e o despovoamento.

Lendas:

O monte Pindo é umha imensa mole de granito rosa cujo cúmio (chamado a Moa) acada os 627 metros de altura. Existem numerosas lendas sobre este cúmio, que os historiadores románticos chamárom “Olimpo Celta”.

O Pindo domina as terras do Fim do Mundo, sendo o fogar das deidades galegas. Muito correm os contos, lendas e histórias deste lugar, que chegárom a suscitar o interesse em persoeiros galegos dos mais variados ámbitos.

Os nossos antergos só soubérom explicar a viçosa e curiosa geomorfologia do Pindo, inçada de relevos em bolos de granito, mediante histórias de deidades, esculturas, ou monstros e gigantes míticos, e lendas que enchérom de ilusom e fachenda aos habitantes destas terras, que transmitírom de pais a filhos, durante séculos, contos de tesouros fabulosos, belíssimas princesas, roteiros segredos, serpentes de sete cabeças, fadas encantadas, sacrifícios e ritos de fecundidade –que ao parecer vivêrom até tempos mui recentes-...que dérom forma à tradiçom que situa neste lugar o monte sacro dos celtas galegos. Obviando as lendas, o que si se topárom som numerosos restos arqueológicos, como petróglifos, trebelhos de bronze e, ao que parece, restos dumha velha hermida.

Topa os seus complementos ideais na praia de Carnota, a mais longa da Galiza, e cuja aparência muta seguido; também na espectacularidade da fervença do Jalhas no Éçaro, único lugar da Europa onde um rio cai em férveda directamente sobre as águas do océano. O espectáculo é, agora, raramente observável por mor do encoramento das águas do Jalhas em Dumbria. Apenas podemos desfrutar dele os domingos de Julho e Agosto. Estas som as terras do combate mítico de Dumbria. O topónimo refere a existência dumha importante citánia nestes eidos, como indica o vocábulo Dunn, palavra da antiga língua céltica galega. Precisamente, o historiador romántico Benito Vicetto enquadra em terras de Dumbria, na sua Historia de Galicia de 1865, o combate mitológico livrado entre Céltigo e Noério, chefes do clam dos primeiros galegos. A batalha foi cantada e exaltada polo bardo Pondal.

As lendas tampouco nom se esquecêrom da paragem vizinha do Jalhas, pois dize-se que trás dessa fervença da que caem directamente as águas sobre o mar, existe umha porta mágica guardada por bruxas, que levará em baixo do rio o moço que se atreva a passar, podendo daquela casar com umha bela princesa encantada e possuir umha enorme fortuna.

Riquezas naturais:

A difícil acessibilidade do Pindo guardou virgem durante séculos o mais grande tesouro ao que qualquer lenda pudera ter-se referido: um conjunto natural único, um autêntico edém de espécies naturais raramente visíveis em nenhuma outra parte do mundo. A jóia desta coroa é o carvalho anao (quercus lusitanica), cujo assentamento é único na Galiza. No Pindo toparemos vários exemplares desta espécie, declarada em risco de extinçom, e que soubo coexistir com outros carvalhos como os quercus robur e quercus pyrenaica, com pinheiros como o pinus pinaster, pinus radiata e pinus sylvestris, e com loureiros (laurus nobilis), acivros (ilex aquifolium)... e com outras espécies de alto valor ecológico.

Rota:

Estas pedras, assi que imos subindo, ganham em tamanho e começam a debuxar as mais variadas formas antropomorfas. Algumhas delas têm nome de seu, como o guerreiro do chao de Sam Lourenço, perto do que podemos ver também o que resta dumha exploraçom de wolfram.

A pouco de começar achamos numerosos moinhos de água em estado de abandono, e com umha cova em que se refugiárom, ao igual que em outras zonas do Pindo, numerosos guerrilheiros da IV Agrupaçom durante os anos posteriores a 1936, dado o seu difícil acesso e os muitos lugares para se agachar.

Contra a metade da subida, aparecem ante nós as ruinas do antigo castelo de Sam Jorge, na actualidade um conjunto de pedras amoreadas. No século X, o bispo de Íria Fávia, Sisnando, ordenou a construçom da rocha forte nas beiras do monte para defender estas terras dos contínuos ataques dos piratas. Habitárom-no várias famílias nobres, até que foi destruido em 1467 na segunda guerra irmandinha. Diz-se que há cincuenta anos ainda se podiam ver parte dos muros, desfeitos polos buscadores de tesouros.

Possivelmente ainda haveria dous castelos neste contorno. O estudioso e galeguista Carré Aldao fala-nos de três fortalezas: a de Canedo, fora dos limites do monte; a de Sam Jorge, já nomeada, situada no alto do Pedrulho, face o porto de Quilmas, e a de Penafiel, no monte do mesmo nome. Ainda que nom se conservam restos materiais determinantes nem documentaçom analisável, si há umha inscriçom em latim numha pedra isolada, que testemunha toda umha época:

"Reis, bispos, presbíteros, todos por poderes recebidos de Deus, excomulgárom aqui este castelo".

A inscriçom, ainda hoje visível, fai referência à excomunhom que no ano 1130 lançou o arcebispo Gelmires contra o conde de Traba, por ter prisioneiro no seu castelo ao Arcediano de Trastámara.

A vegetaçom começa a rarear conforme subimos e, se tivermos sorte, poderemos ver greas de cabalos bravos.
Ao chegarmos aos primeiros cúmios, o carreiro colhe direcçom norleste e logo norte, para acedermos à plataforma pétrea polo leste.
Quando pisamos o cúmio, o espectáculo que dá nas vistas compensa o esforço realizado. Do promontório há umha panorámica privilegiada da zona: Cabo Fisterra, a ria de Corcubiom, a desembocadura do Jalhas...e grande parte do litoral galego aos nossos pés. Também podemos ver um conjunto de petróglifos e caçoletas formadas polos muitos anos de erossom da chuva.

O padre bieito Martinho Sarmiento fijo umha ampla referência a este monte, dizendo que o seu nome fora posto pola sua semelhança com o Pindo da Greça; até mesmo parece haver nos seus outeiros um coro de musas. O padre recolhe várias histórias e lendas sobre ele, como que a erva do Pindo medra muito da noite à manhá; que existem infinitas ervas medicinais, ou que a ele acodiam as parelhas estéreis, com a intençom de conseguirem descendência.

Xosé Barreiro Barral, grande estudoso deste maciço, afirma que na sua primeira visita a este lugar, alô polo ano 1932, topou os restos dum antigo povoado, e era aqui onde se situava umha das três aras sextianas.
Deste ponto iremos cara Arcos, onde nos deteremos um bocado nas fervenças de Noveira. Logo atravessaremos os montes da Runha (645 m) e iremos para a Devesa de Anlhares: o segundo bosque atlántico mais grande do contorno e também o mais ocidental da Europa. Se nom o impedirmos, tem os seus dias contados em vista do futuro projecto hidráulico que aumentará a sobreexploraçom do Jalhas.

X Acampamento de Verao

Como todos os últimos fins de semana do verao, reunimo-nos num par de jornadas de convívio, caminhadas, lezer e conversa, que servirá...