30 de março de 2009

Galiza e Portugal: Percorrendo a raia em bici

Para estas férias de Páscoa, da AMAL propomos-vos umha rota ciclo-turista pola fronteira galego-portuguesa: em concreto, polo Rio Limia desde o seu nascimento em Vilar de Bairro até a sua foz em Viana do Castelo, e desde ali pola costa atlántica até encontrar o rio Minho, que finalmente remontaremos até Tui. Trata-se dumha rota fácil, com a que da Agrupaçom de Montanha queremos achegar pessoas à bicicleta como meio de viagem, e com a que queremos abrir espaço no nosso calendário de actividades a mais umha forma de conhecer o país. Nom é esta, com efeito, umha rota de montanha, mas sim pretendemos no futuro programar novas acampadas com umha dificuldade maior, nas que a bici seja o meio de transporte que nos leve até algumhas das serras mais importantes da nossa geografia.

Descriçom da rota:

Sairemos desde o nascimento do Limia, e seguiremos o seu percurso primeiro pola Galiza e depois por Portugal, entrando no país vizinho polo parque nacional da Peneda-Geres, exactamente polo val que separa as duas serras mais importantes do norte português. Ainda na comarca galega da Limia, conheceremos a história da Lagoa de Antela e da sua desecaçom da voz das companheiras e companheiros do Centro Social Aguilhoar, com quem partilharemos a primeira etapa e a ceia do primeiro dia. Também visitaremos a Carvalha da Rocha, monumento natural senlheiro.


Em Portugal seguiremos o curso do Lima até Viana do Castelo, em parte por estrada e a partir de Ponte de Lima por umha eco-via que descorre vários quilómetros à beira do rio. Atravessaremos a terra do vinho verde até que, já no atlántico, remontemos a costa para encontrar o Minho, que cruzaremos entrando novamente na Galiza até Tui, onde colheremos o trem que nos levará aos diferentes lugares de origem.

Percurso:

- Saida: Quinta-Feira dia 9 de Abril, às 17:00 na Estaçom de Trem de Ourense (Empalme). Colheremos o trem às 17:25 que nos deixará em Vilar de Bairro às 18:10.
- Etapa 1 (Quinta-feira dia 9): Vilar de Barrio - Sainça (30 km)
- Etapa 2 (Sexta-feira dia 10): Sainça - Ponte de Lima (90 km)
- Etapa 3 (Sábado dia 11): Ponte de Lima - Tominho (60 km)
- Etapa 4 (Domingo dia 12): Tominho - Tui (15 km) Desde Tui colheremos novamente o trem que nos deixará a média tarde tanto em Vigo como em Ourense.

Dificuldade: Média-baixa.

A rota discorrerá sempre ao nível do rio e do mar, polo que nom encontraremos portos nem altos difíceis. Os únicos factores que poderám requerir certo esforço físico som a quantidade de carga que leve cada quem (que em alguns pequenos repeitos fará as bicis mais pesadas), a longitude da segunda etapa (90 quilómetros que faremos em todo o dia sem dificuldade, a um ritmo suave e com paragens, mas que nos suporám umhas 6 ou 7 horas encima da bici) e a possibilidade de que faga bastante calor. Em qualquer caso, a organizaçom preocupará-se, se for necessário, de adaptar o grupo e o percurso aos diferentes ritmos, polo que a priori ninguém com um estado físico normal e vontade de vir à acampada deveria preocupar-se pola dificuldade da rota.


Aclaraçons e recomendaçons:


Que tipo de ciclismo vamos praticar? A rota que propomos inscreve-se no que às vezes se chama "ciclo-turismo de alforges", isto é, aquele ciclismo que entende a bicicleta principalmente como um instrumento de viagem, mais que de desporto ou de competiçom. O prioritário na nossa viagem vai ser o conhecimento e desfrute dos lugares que atravessaremos, da companhia com a que viajaremos e da sensaçom de auto-suficiência que experimentaremos na bicicleta. A presa ou a competitividade nom fam sentido na maneira na que nesta viagem vamos entender e utilizar a bicicleta.


Que tipo de bicicleta é o mais adequado? Necessitamos umha bici com "marchas", a ser possível com três pratos e um pinhom grande de polo menos 28 dentes. Também necessitaremos um porta-equipagens no que levar a carga (nom se deve levar peso em mochilas sobre as costas), e sempre é recomendável contar com acessórios úteis como luzes, porta-bidons para a água, guarda-lamas... A bicicleta perfeita para o tipo de viagem que vamos fazer é a chamada "híbrida" ou "de passeio", mas vale bem umha bici de montanha à que lhe incorporemos um porta-equipagens (neste caso nom é mui recomendável levar umha roda com muito taco, por que a maioria da viagem vai ser por estrada).


Como levar a carga? A carga deve levar-se toda sobre a bici, e nom em mochilas sobre o corpo. Para isso é que necessitamos que a bicicleta tenha porta-equipagens. Também existem outros acessórios como sacas que se prendem no guiador ou no selim, e que podem ser mui úteis para levar certas cousas. A melhor maneira de levar a carga no porta-equipagens é utilizando alforges (que nos permitirám pendurar cousas aos lados da roda) e atando alguns vultos (o saco de dormir, a tenda...) na parte superior com elásticos. Se nom tivermos alforges, podemos improvisar umhas pendurando do porta-equipagens, a cada um dos lados da roda, duas mochilas pequenas. De fazermos isto, devemos ter muito cuidado em que as mochilas fiquem bem sujeitas, em que nengumha correia ou parte da saca poda meter-se entre os raios da roda (conviria pôr previamente um cartom em cada lateral do porta-equipagens) e em que ao pedalar o pê nom choque com as alforges. Sempre devemos cuidar que o peso esteja bem repartido a ambos os dous lados da bici, para nom desequilibrá-la com a carga.


É recomendável levar a roupa metida em sacos plásticos, por se chover.


Qual é a equipagem que devemos levar?

Cada bicicleta deve levar: Um bidom de água, umha bomba de ar, umha cámara de reposto, umha caixinha com parches e cola para reparar furos, ferramentas básicas.

De roupa é recomendável: Um culotte com protecçom acolchoada (mais do que recomendável, isto é imprescindível: quem nom o levar é quase seguro que nom vai ser capaz de sentar no selim depois do segundo dia), sapatilhas desportivas (se os pedais tivessem dentes, é recomendável que o calçado tenha a sola grossa), luvas de ciclismo, camisetas e mudas para os diferentes dias, chuvasqueiro, roupa de abrigo para a noite, toalha.

Comida: Vamos atravessar vilas e aldeias todos os dias, polo que possivelmente poderemos comprar alguns alimentos no trajecto, em vez de cargar com eles desde o início. Contodo, lembrai que a quinta e a sexta som feriados, assim que nom fagades depender toda a vossa alimentaçom de que podamos ou nom comprar cousas. É recomendável almorçar bem (leite, cereais, fruta, pam ou bolachas...), jantar algo rápido e nom mui forte (sandes, salada, fruta, queijo, fiame..) e cear algo mais preparado e quente (massa, arroz, sopas). É recomendável, por isso, levar algum fogom tipo camping-gaz (nom é necessário um cada quem), para aquecer cousas de manhám e às noites. Também é recomendável levar algo "para picar" no caminho, como fruta, frutos secos, chocolate, bolachas... Em todo caso, procurai sempre escolher alimentos que pesem pouco, que ocupem pouco espaço e que gerem pouco lixo.

Ademais, cumpre levar: Saco de dormir, isolante, tenda de campismo (poupai peso na viagem e espaço nos sítios onde acampemos: ponde-vos de acordo para levar as mínimas tendas imprescindíveis), sombreiro e creme para tornar o sol, um pequeno botequim, dinheiro, documentaçom, mapas...

Precauçons na bici:

Durante a viagem, cada quem é responsável da sua própria segurança. A maior parte do trajecto faremo-lo por estradas nas que partilharemos tránsito com carros, polo que se deve pedalar em todo momento com precauçom, pola margem direita da calçada, a ser possível em grupo e com nom mais de duas bicicletas em paralelo. Ao viajar em grupo, é importante ter sempre presente a quem levamos diante e detrás, especialmente nas descidas (em que devemos deixar umha distáncia de segurança prudencial) e no momento de nos deter.


Informaçom e inscriçons: Para qualquer informaçom, enviar um e-mail ou telefonar ao meio-dia para o 988 24 45 51 (Miguel). É importante anotar-se antes do dia 6 comunicando-lho à pessoa de contacto da AMAL em cada comarca ou escrevendo um e-mail a aguaslimpas@gmail.com (é necessário saber o número de bicicletas que vam subir ao trem para lho comunicar à RENFE com antelaçom).


Documentario sobre o Carro grabado na baixa Límia (por onde decorrerá o roteiro em bici) coa inestimável colaboraçom dos parroquianos de Lobeira, Diretor: Antonio Román. Coa inmortal presenza de Xoaquin Lorenzo "Xocas". Rodado no ano 1940.
1ª parte:

2ª parte:

Teoria do decrescimento. Carlos Taibo

Em defesa do decrescimento

A visom dominante nas sociedades opulentas sugere que o crescimento económico é a panaceia que resolve todos os males. Ao seu agarimo –diz-se-nos- a coesom social asenta, os serviços públicos mantenhem-se, e o desemprego e a desigualdade nom ganham terreno. Sobejam as razons para recear, porém, de todo o antedito. O crescimento económico nom gera –ou nom gera necessariamente- coesom social, provoca agressons ambientais em muitos casos irreversíveis, propicia o esgotamento de recursos escassos que nom estarám à disposiçom das geraçons vindeiras e, enfim, permite o triunfo de um modo de vida escravo que convida a pensar que seremos mais felizes quantas mais horas trabalhemos, mais dinheiro ganhemos e, especialmente, mais bens consigamos consumir.

Frente a isto som muitas as razons para contestar o progresso, mais aparente do que real, que protagonizou as nossas sociedades durante decénios. Pense-se que em EUA, onde a renda per cápita se triplicou desde o final da segunda guerra mundial, desde 1960 reduze-se, porém, a porcentagem de cidadáns que declaram sentir-se satisfeitos. Em 2005 49% dos norte-americanos estimava que a felicidade se achava em retrocesso, frente um 26% que considerava o contrário. Muitos expertos concluem, em soma, que o incremento na esperança de vida ao nascer registrado nos últimos decénios bem pode estar a tocar aos seu fim num cenário lastrado pola obesidade, o estrés, a apariçom de novas doenças e a poluiçom.

Assim as cousas, nos países ricos há que reduzir a produçom e o consumo porque vivemos por cima das nossas possibilidades, porque é urgente cortar emissons que danam perigosamente o meio e porque começam a faltar matérias primas vitais. Por trás desses imperativos desponta um problema central: o dos limites naturais e de recursos do planeta. Se é evidente que, em caso de que um indivíduo extraia do seu capital, e nom das suas receitas, a maioria dos recursos que utiliza, isso conduzirá à quebra, parece surpreendente que nom se empregue o mesmo razoamento à hora de sopesar o que as sociedades ocidentais estám a fazer com os recursos naturais. Para calibrar a fondura do problema, o melhor indicador é a pegada ecológica, que mede a superfície do planeta, terreste como marítima, que precisamos para manter as actividades económicas. Se em 2004 essa pegada o era de 1,25 planetas Terra, segundo muitos prognósticos alcançará duas Terras –se tal é imaginável- em 2050. A pegada ecológica igualou a biocapacidade do planeta por volta de 1980, e triplicou-se entre 1960 e 2003.

Bem certo que nom é suficiente, claro, com acometer reduçons nos níveis de produçom e de consumo. É precisso reorganizar as nossas sociedades sobre a base de outros valores que reclamem o triunfo da vida social, do altruísmo e da redistribuiçom dos recursos frente à propriedade e ao consumo ilimitado. Há que reivindicar, em paralelo, o lezer frente ao trabalho obsessivo, como há que postular o reparto do trabalho, umha velha prática sindical que, infelizmente, foi caindo no esquecimento. Outras exigências ineludíveis falam-nos da necessidade de reduzir as dimensons das infraestruturas produtivas, administrativas e de transporte, e de primar o local frente o global num cenário marcado, em resumo, pola sobriedade e a simplicidade voluntária.

Falando em prata, o primeiro que as sociedades opulentas devem tomar em consideraçom é a conveniência de fechar –ou ao menos de reduzir sensivelmente a actividade correspondente- muitos dos complexos fabris hoje existentes. Estamos a pensar, como nom, na indústria militar, na automobilística, na da aviaçom e em boa parte da da construçom. Os milhons de trabalhadores que, de resultas, perderiam os seus empregos deveriam encontrar acomodo por meio de dous grandes cauces. Se o primeiro o achegaria o desenvolvimento de ingentes actividades relacionadas com a satisfaçom de necessidades sociais e ambientais, o segundo chegaria da mao do reparto do trabalho nos sectores económicos tradicionais que sobreviveriam. Importa sublinhar que neste caso a reduçom da jornada laboral bem poderia levar aparelhada, por que nom, reduçons salariais, sempre e quando estas, claro, nom o fossem em proveito dos lucros empresariais. No fim das contas, a ganáncia de nível de vida que se derivaria de trabalhar menos, e de desfrutar de melhores serviços sociais e de um entorno mais limpo e menos agressivo, somaria-se à derivada da assunçom plena da conveniência de consumir, também, menos, com a conseguinte reduçom de necessidades no que a receitas se refere. Nom é precisso agregar –parece- que as reduçons salariais que nos ocupam nom afectarám, naturalmente, a quem menos tenhem.

O decrescimento nom implicaria, para a maioria dos habitantes, um deterioro das condiçons de vida. Antes bem, deve acarrear melhoras substanciais como as vinculadas com a redistribuiçom dos recursos, a criaçom de novos sectores, a preservaçom do meio natural, o benestar das geraçons futuras, a saúde dos cidadaos, as condiçons do trabalho assalariado ou o crescimento relacional em sociedades em que o tempo de trabalho se reduzirá sensivelmente. À margem do anterior, convém sublinhar que no mundo rico se fam valer elementos –assim, a presença de infraestruturas em muitos ámbitos, a satisfaçom de necessidades elementais ou o próprio decrescimento da populaçom- que facilitariam o tránsito para umha sociedade distinta. E é que há que partir da certeza de que, se nom decrescemos voluntária e racionalmente, teremos que o fazer obrigados a conseqüência do fundimento, antes ou depois, da ilogicidade económica e social que padecemos.

27 de março de 2009

Galiza e Portugal: Percorrendo a raia em bici

Para estas férias de Páscoa, da AMAL propomos-vos umha rota ciclo-turista pola fronteira galego-portuguesa: em concreto, polo Rio Limia desde o seu nascimento em Vilar de Bairro até a sua foz em Viana do Castelo, e desde ali pola costa atlántica até encontrar o rio Minho, que finalmente remontaremos até Tui. Trata-se dumha rota fácil, com a que da Agrupaçom de Montanha queremos achegar pessoas à bicicleta como meio de viagem, e com a que queremos abrir espaço no nosso calendário de actividades a mais umha forma de conhecer o país. Nom é esta, com efeito, umha rota de montanha, mas sim pretendemos no futuro programar novas acampadas com umha dificuldade maior, nas que a bici seja o meio de transporte que nos leve até algumhas das serras mais importantes da nossa geografia.

Descriçom da rota:

Sairemos desde o nascimento do Limia, e seguiremos o seu percurso primeiro pola Galiza e depois por Portugal, entrando no país vizinho polo parque nacional da Peneda-Geres, exactamente polo val que separa as duas serras mais importantes do norte português. Ainda na comarca galega da Limia, conheceremos a história da Lagoa de Antela e da sua desecaçom da voz das companheiras e companheiros do Centro Social Aguilhoar, com quem partilharemos a primeira etapa e a ceia do primeiro dia. Também visitaremos a Carvalha da Rocha, monumento natural senlheiro.

Em Portugal seguiremos o curso do Lima até Viana do Castelo, em parte por estrada e a partir de Ponte de Lima por umha eco-via que descorre vários quilómetros à beira do rio. Atravessaremos a terra do vinho verde até que, já no atlántico, remontemos a costa para encontrar o Minho, que cruzaremos entrando novamente na Galiza até Tui, onde colheremos o trem que nos levará aos diferentes lugares de origem.

Percurso:

- Saida: Quinta-Feira dia 9 de Abril, às 17:00 na Estaçom de Trem de Ourense (Empalme). Colheremos o trem às 17:25 que nos deixará em Vilar de Bairro às 18:10.
- Etapa 1 (Quinta-feira dia 9): Vilar de Barrio - Sainça (30 km)
- Etapa 2 (Sexta-feira dia 10): Sainça - Ponte de Lima (90 km)
- Etapa 3 (Sábado dia 11): Ponte de Lima - Tominho (60 km)
- Etapa 4 (Domingo dia 12): Tominho - Tui (15 km) Desde Tui colheremos novamente o trem que nos deixará a média tarde tanto em Vigo como em Ourense.

Dificuldade: Média-baixa.

A rota discorrerá sempre ao nível do rio e do mar, polo que nom encontraremos portos nem altos difíceis. Os únicos factores que poderám requerir certo esforço físico som a quantidade de carga que leve cada quem (que em alguns pequenos repeitos fará as bicis mais pesadas), a longitude da segunda etapa (90 quilómetros que faremos em todo o dia sem dificuldade, a um ritmo suave e com paragens, mas que nos suporám umhas 6 ou 7 horas encima da bici) e a possibilidade de que faga bastante calor. Em qualquer caso, a organizaçom preocupará-se, se for necessário, de adaptar o grupo e o percurso aos diferentes ritmos, polo que a priori ninguém com um estado físico normal e vontade de vir à acampada deveria preocupar-se pola dificuldade da rota.

Aclaraçons e recomendaçons:

Que tipo de ciclismo vamos praticar? A rota que propomos inscreve-se no que às vezes se chama "ciclo-turismo de alforges", isto é, aquele ciclismo que entende a bicicleta principalmente como um instrumento de viagem, mais que de desporto ou de competiçom. O prioritário na nossa viagem vai ser o conhecimento e desfrute dos lugares que atravessaremos, da companhia com a que viajaremos e da sensaçom de auto-suficiência que experimentaremos na bicicleta. A presa ou a competitividade nom fam sentido na maneira na que nesta viagem vamos entender e utilizar a bicicleta.

Que tipo de bicicleta é o mais adequado? Necessitamos umha bici com "marchas", a ser possível com três pratos e um pinhom grande de polo menos 28 dentes. Também necessitaremos um porta-equipagens no que levar a carga (nom se deve levar peso em mochilas sobre as costas), e sempre é recomendável contar com acessórios úteis como luzes, porta-bidons para a água, guarda-lamas... A bicicleta perfeita para o tipo de viagem que vamos fazer é a chamada "híbrida" ou "de passeio", mas vale bem umha bici de montanha à que lhe incorporemos um porta-equipagens (neste caso nom é mui recomendável levar umha roda com muito taco, por que a maioria da viagem vai ser por estrada).

Como levar a carga? A carga deve levar-se toda sobre a bici, e nom em mochilas sobre o corpo. Para isso é que necessitamos que a bicicleta tenha porta-equipagens. Também existem outros acessórios como sacas que se prendem no guiador ou no selim, e que podem ser mui úteis para levar certas cousas. A melhor maneira de levar a carga no porta-equipagens é utilizando alforges (que nos permitirám pendurar cousas aos lados da roda) e atando alguns vultos (o saco de dormir, a tenda...) na parte superior com elásticos. Se nom tivermos alforges, podemos improvisar umhas pendurando do porta-equipagens, a cada um dos lados da roda, duas mochilas pequenas. De fazermos isto, devemos ter muito cuidado em que as mochilas fiquem bem sujeitas, em que nengumha correia ou parte da saca poda meter-se entre os raios da roda (conviria pôr previamente um cartom em cada lateral do porta-equipagens) e em que ao pedalar o pê nom choque com as alforges. Sempre devemos cuidar que o peso esteja bem repartido a ambos os dous lados da bici, para nom desequilibrá-la com a carga.

É recomendável levar a roupa metida em sacos plásticos, por se chover.

Qual é a equipagem que devemos levar?

Cada bicicleta deve levar: Um bidom de água, umha bomba de ar, umha cámara de reposto, umha caixinha com parches e cola para reparar furos, ferramentas básicas.

De roupa é recomendável: Um culotte com protecçom acolchoada (mais do que recomendável, isto é imprescindível: quem nom o levar é quase seguro que nom vai ser capaz de sentar no selim depois do segundo dia), sapatilhas desportivas (se os pedais tivessem dentes, é recomendável que o calçado tenha a sola grossa), luvas de ciclismo, camisetas e mudas para os diferentes dias, chuvasqueiro, roupa de abrigo para a noite, toalha.

Comida: Vamos atravessar vilas e aldeias todos os dias, polo que possivelmente poderemos comprar alguns alimentos no trajecto, em vez de cargar com eles desde o início. Contodo, lembrai que a quinta e a sexta som feriados, assim que nom fagades depender toda a vossa alimentaçom de que podamos ou nom comprar cousas. É recomendável almorçar bem (leite, cereais, fruta, pam ou bolachas...), jantar algo rápido e nom mui forte (sandes, salada, fruta, queijo, fiame..) e cear algo mais preparado e quente (massa, arroz, sopas). É recomendável, por isso, levar algum fogom tipo camping-gaz (nom é necessário um cada quem), para aquecer cousas de manhám e às noites. Também é recomendável levar algo "para picar" no caminho, como fruta, frutos secos, chocolate, bolachas... Em todo caso, procurai sempre escolher alimentos que pesem pouco, que ocupem pouco espaço e que gerem pouco lixo.

Ademais, cumpre levar: Saco de dormir, isolante, tenda de campismo (poupai peso na viagem e espaço nos sítios onde acampemos: ponde-vos de acordo para levar as mínimas tendas imprescindíveis), sombreiro e creme para tornar o sol, um pequeno botequim, dinheiro, documentaçom, mapas...

Precauçons na bici:

Durante a viagem, cada quem é responsável da sua própria segurança. A maior parte do trajecto faremo-lo por estradas nas que partilharemos tránsito com carros, polo que se deve pedalar em todo momento com precauçom, pola margem direita da calçada, a ser possível em grupo e com nom mais de duas bicicletas em paralelo. Ao viajar em grupo, é importante ter sempre presente a quem levamos diante e detrás, especialmente nas descidas (em que devemos deixar umha distáncia de segurança prudencial) e no momento de nos deter.

Informaçom e inscriçons: Para qualquer informaçom, enviar um e-mail ou telefonar ao meio-dia para o 988 24 45 51 (Miguel). É importante anotar-se antes do dia 6 comunicando-lho à pessoa de contacto da AMAL em cada comarca ou escrevendo um e-mail a aguaslimpas@gmail.com (é necessário saber o número de bicicletas que vam subir ao trem para lho comunicar à RENFE com antelaçom).

Autopista. Umha navalhada á nossa Terra

Documentario que analiza as consecuências que pode traer o trazado da auto-estrada na ecologia e na vida cotiá das gentes do campo por onde passa e que non resolve os problemas de comunicación do país galego.
Director: Llorenç Soler
Video de 1977.

Nº 9 de "Teima", Fevereiro de 1977.

Sobre as agressons às mobilizaçons populares,
‘Autopista a palazos’

‘A paróquia de Salcedo volveu sofrer um outro castigo na luta que muitos dos seus vizinhos mantêm contra “Autopistas do Atlántico”, devido ao passo polas suas melhores terras da autoestrada. Sobre este tema, TEIMA publicará dentro deste mês umha ampla reportagem. Agora, resenhamos unicamente os últimos feitos ocorridos no bairro de Ruibal os dias 2 e 3 de Fevereiro.

Uns setenta afectados polas expropriaçons concentrárom-se na manhá do dia dous diante das suas leiras para que impedir que três pás as arrassassem. Estes proprietários, que nom se oponhem ao passo da autoestrada, exigem polo menos o preço justo polas mui produtivas terras do val. Segundo eles, “Autopistas” nom quer falar de justipreço; só lhe preocupa que as máquinas continuem para a frente. Como os vizinhos nom das deixárom passar, os responsáveis das “Autopistas” chamárom a guarda civil, que tratou que os vizinhos cedessem. A orde era que as máquinas entrassem nas veigas, e os afectados mantivêrom o seu enquanto nom lhe foi oferecido por escrito um preço justo. As forças da orde pressionárom chegando a produzir-se situaçons ao borde da violência. Contam os vizinhos que um rapaz que quijo tirar umhas fotos, tentárom tirar-lhe a cámara; a outro tirárom-no do ponto mais conflitivo apanhado por um lugar nom mui cómodo. Umha outra mulher que fora derrubada na liorta, recebeu umha leve ferida diante dum olho. Mais tarde, e depois de os vizinhos continuarem na sua postura, as paleadoras chegárom a pôr-se em andamento com a gente diante. Aurora Lubiám amarrou-se a umha e sofreu um ataque de nervos; a Berta Badia arrepanhárom-na, rachando-lhe o impermeável; a Maria Montes chegárom a levantá-la em peso com a terra, e tirá-la mais adiante. Tivo que ser reconhecida polo forense. Este nom lhe topou nada, mas o palista foi denunciado no julgado.

À noite, retirárom as pás. Mas voltárom na manhá do dia três, dia de Sam Brais e festa na zona. Também voltou a guarda civil, com efectivos que somavam os trinta números. As posturas dumha e outra banda mantinham-se, e os agentes da autoridade optárom por empregar-se com contundência e deter a três pessoas, com o qual a frente vizinhal rachou e as pás da autoestrada pudérom trabalhar desfazendo umhas leiras que ainda nom som dela.’
Nas mesmas datas, greve do metal em Lugo (província). Primeiro conflito colectivo de entidade naquelas terras. Tinte político, como sempre:

‘Os empresários tratam de nos confundir jogando com os termos “greve política” e “greve laboral”. Aí têm as nossas reivindicaçons, todas elas de carácter económico e social, que se parem a vê-las. E se a nossa luta se politizou ao reivindicar o direito a reunirmo-nos livremente em Assembleias, foi precisamente a causa da política empresarial de pechar-nos os locais dos sindicatos e mandar-nos a polícia.’ (‘Unha folga com moito ferro’).

Autopista. Umha navalhada á nossa Terra

Documentario que analiza as consecuências que trae o trazado da autoestrada na ecologia e na vida cotiá.

Director: Llorenç Soler
Ano: 1977

23 de março de 2009

Galiza e Portugal: percorrendo a raia em bici

Para estas férias de Páscoa, da AMAL propomos-vos umha rota ciclo-turista pola fronteira galego-portuguesa: em concreto, polo Rio Limia desde o seu nascimento em Vilar de Bairro até a sua foz em Viana do Castelo, e desde ali pola costa atlántica até encontrar o rio Minho, que finalmente remontaremos até Tui. Trata-se dumha rota fácil, com a que da Agrupaçom de Montanha queremos achegar pessoas à bicicleta como meio de viagem, e com a que queremos abrir espaço no nosso calendário de actividades a mais umha forma de conhecer o país. Nom é esta, com efeito, umha rota de montanha, mas sim pretendemos no futuro programar novas acampadas com umha dificuldade maior, nas que a bici seja o meio de transporte que nos leve até algumhas das serras mais importantes da nossa geografia.

Descriçom da rota:

Sairemos desde o nascimento do Limia, e seguiremos o seu percurso primeiro pola Galiza e depois por Portugal, entrando no país vizinho polo parque nacional da Peneda-Geres, exactamente polo val que separa as duas serras mais importantes do norte português. Ainda na comarca galega da Limia, conheceremos a história da Lagoa de Antela e da sua desecaçom da voz das companheiras e companheiros do Centro Social Aguilhoar, com quem partilharemos a primeira etapa e a ceia do primeiro dia. Também visitaremos a Carvalha da Rocha, monumento natural senlheiro.

Em Portugal seguiremos o curso do Lima até Viana do Castelo, em parte por estrada e a partir de Ponte de Lima por umha eco-via que descorre vários quilómetros à beira do rio. Atravessaremos a terra do vinho verde até que, já no atlántico, remontemos a costa para encontrar o Minho, que cruzaremos entrando novamente na Galiza até Tui, onde colheremos o trem que nos levará aos diferentes lugares de origem.

Percurso:

- Saida: Quinta-Feira dia 9 de Abril, às 17:00 na Estaçom de Trem de Ourense (Empalme). Colheremos o trem às 17:25 que nos deixará em Vilar de Bairro às 18:10.
- Etapa 1 (Quinta-feira dia 9): Vilar de Barrio - Sainça (30 km)
- Etapa 2 (Sexta-feira dia 10): Sainça - Ponte de Lima (90 km)
- Etapa 3 (Sábado dia 11): Ponte de Lima - Tominho (60 km)
- Etapa 4 (Domingo dia 12): Tominho - Tui (15 km) Desde Tui colheremos novamente o trem que nos deixará a média tarde tanto em Vigo como em Ourense.

Dificuldade: Média-baixa.

A rota discorrerá sempre ao nível do rio e do mar, polo que nom encontraremos portos nem altos difíceis. Os únicos factores que poderám requerir certo esforço físico som a quantidade de carga que leve cada quem (que em alguns pequenos repeitos fará as bicis mais pesadas), a longitude da segunda etapa (90 quilómetros que faremos em todo o dia sem dificuldade, a um ritmo suave e com paragens, mas que nos suporám umhas 6 ou 7 horas encima da bici) e a possibilidade de que faga bastante calor. Em qualquer caso, a organizaçom preocupará-se, se for necessário, de adaptar o grupo e o percurso aos diferentes ritmos, polo que a priori ninguém com um estado físico normal e vontade de vir à acampada deveria preocupar-se pola dificuldade da rota.

Aclaraçons e recomendaçons:

Que tipo de ciclismo vamos praticar? A rota que propomos inscreve-se no que às vezes se chama "ciclo-turismo de alforges", isto é, aquele ciclismo que entende a bicicleta principalmente como um instrumento de viagem, mais que de desporto ou de competiçom. O prioritário na nossa viagem vai ser o conhecimento e desfrute dos lugares que atravessaremos, da companhia com a que viajaremos e da sensaçom de auto-suficiência que experimentaremos na bicicleta. A presa ou a competitividade nom fam sentido na maneira na que nesta viagem vamos entender e utilizar a bicicleta.

Que tipo de bicicleta é o mais adequado? Necessitamos umha bici com "marchas", a ser possível com três pratos e um pinhom grande de polo menos 28 dentes. Também necessitaremos um porta-equipagens no que levar a carga (nom se deve levar peso em mochilas sobre as costas), e sempre é recomendável contar com acessórios úteis como luzes, porta-bidons para a água, guarda-lamas... A bicicleta perfeita para o tipo de viagem que vamos fazer é a chamada "híbrida" ou "de passeio", mas vale bem umha bici de montanha à que lhe incorporemos um porta-equipagens (neste caso nom é mui recomendável levar umha roda com muito taco, por que a maioria da viagem vai ser por estrada).

Como levar a carga? A carga deve levar-se toda sobre a bici, e nom em mochilas sobre o corpo. Para isso é que necessitamos que a bicicleta tenha porta-equipagens. Também existem outros acessórios como sacas que se prendem no guiador ou no selim, e que podem ser mui úteis para levar certas cousas. A melhor maneira de levar a carga no porta-equipagens é utilizando alforges (que nos permitirám pendurar cousas aos lados da roda) e atando alguns vultos (o saco de dormir, a tenda...) na parte superior com elásticos. Se nom tivermos alforges, podemos improvisar umhas pendurando do porta-equipagens, a cada um dos lados da roda, duas mochilas pequenas. De fazermos isto, devemos ter muito cuidado em que as mochilas fiquem bem sujeitas, em que nengumha correia ou parte da saca poda meter-se entre os raios da roda (conviria pôr previamente um cartom em cada lateral do porta-equipagens) e em que ao pedalar o pê nom choque com as alforges. Sempre devemos cuidar que o peso esteja bem repartido a ambos os dous lados da bici, para nom desequilibrá-la com a carga.

É recomendável levar a roupa metida em sacos plásticos, por se chover.

Qual é a equipagem que devemos levar?

Cada bicicleta deve levar: Um bidom de água, umha bomba de ar, umha cámara de reposto, umha caixinha com parches e cola para reparar furos, ferramentas básicas.

De roupa é recomendável: Um culotte com protecçom acolchoada (mais do que recomendável, isto é imprescindível: quem nom o levar é quase seguro que nom vai ser capaz de sentar no selim depois do segundo dia), sapatilhas desportivas (se os pedais tivessem dentes, é recomendável que o calçado tenha a sola grossa), luvas de ciclismo, camisetas e mudas para os diferentes dias, chuvasqueiro, roupa de abrigo para a noite, toalha.

Comida: Vamos atravessar vilas e aldeias todos os dias, polo que possivelmente poderemos comprar alguns alimentos no trajecto, em vez de cargar com eles desde o início. Contodo, lembrai que a quinta e a sexta som feriados, assim que nom fagades depender toda a vossa alimentaçom de que podamos ou nom comprar cousas. É recomendável almorçar bem (leite, cereais, fruta, pam ou bolachas...), jantar algo rápido e nom mui forte (sandes, salada, fruta, queijo, fiame..) e cear algo mais preparado e quente (massa, arroz, sopas). É recomendável, por isso, levar algum fogom tipo camping-gaz (nom é necessário um cada quem), para aquecer cousas de manhám e às noites. Também é recomendável levar algo "para picar" no caminho, como fruta, frutos secos, chocolate, bolachas... Em todo caso, procurai sempre escolher alimentos que pesem pouco, que ocupem pouco espaço e que gerem pouco lixo.

Ademais, cumpre levar: Saco de dormir, isolante, tenda de campismo (poupai peso na viagem e espaço nos sítios onde acampemos: ponde-vos de acordo para levar as mínimas tendas imprescindíveis), sombreiro e creme para tornar o sol, um pequeno botequim, dinheiro, documentaçom, mapas...

Precauçons na bici:

Durante a viagem, cada quem é responsável da sua própria segurança. A maior parte do trajecto faremo-lo por estradas nas que partilharemos tránsito com carros, polo que se deve pedalar em todo momento com precauçom, pola margem direita da calçada, a ser possível em grupo e com nom mais de duas bicicletas em paralelo. Ao viajar em grupo, é importante ter sempre presente a quem levamos diante e detrás, especialmente nas descidas (em que devemos deixar umha distáncia de segurança prudencial) e no momento de nos deter.

Informaçom e inscriçons: Para qualquer informaçom, enviar um e-mail ou telefonar ao meio-dia para o 988 24 45 51 (Miguel). É importante anotar-se antes do dia 6 comunicando-lho à pessoa de contacto da AMAL em cada comarca ou escrevendo um e-mail a aguaslimpas@gmail.com (é necessário saber o número de bicicletas que vam subir ao trem para lho comunicar à RENFE com antelaçom).

10 de março de 2009

16ª Marcha: Teixedal de Casaio

Crónica em imagens do roteiro:





Os tramos de geo fixerom dificultoso e perigoso o ascenso a Pena Súrbia:




Caminhando cara o último tramo de ascenso. Na imagem, ao fondo pena Súrbia:


Parede de geo e neve que tivemos que superar para fazer cúmio em Pena Súrbia:




Cúmio de Pena Súrbia:









Os entulhos das cantéiras vam as poucas comendo o maciço de Maceda com absoluta impunidade para fazer desaparecer montanhas entéiras. Imagem parcial dos entulhos dumha cantéira:

Trasporte de lenha para fazer lume no refúgio à noite:


Ao pé de Pena Súrvia, no concelho de Carvalheda de Valdeorras, atopamos as ruinas do "Campo de concentraçom" dos presos anti-fascistas na exploraçom mineira de wolfram a cargo do régimem názi:




Imagens tomadas no roteiro do Teixadal de Casaio:
























Apresentaçom do roteiro:

14 e 15 de março. Teixedal de Casaio
Panorámica da zona por onde decorrerá o roteiro:




INÍCIO: sábado 14 às 8:00 no refúgio de montanha de Fonte da Cova, Casaio. O apropriado é ir durmir alá já na sexta feira, pois nom se poderá retrasar o horário porque a ruta é longa e para estar ali ás 8:00 do sábado suporá sair ou passar por Ourense, no mínimo, às 6:00 da manhá.

ROTA: o sábado partiremos de Casaio cara o Teixedal pola ruta da ermida de Sam Gil, o que pode levar a bom ritmo 4 horas e 30 minutos. O regreso será pola ruta das minas de Valborraz ou Cidade dos Alemans de novo até Casaio, o que pode ocupar outras 4 horas. O domingo trataremos de atingir Pena Súrbia, mas é possível que bem pola fadiga acumulada, bem pola quantidade de neve, nom se poida.

DURMIDA: tanto sexta como sábado durmiremos no refúgio de Fonte da Cova, polo que nos pidem 5€ por pessoa e noite. Ali temos auga quente, camas (mas sem roupa ainda que tenhem algumas mantas), mesas, cocinha com dous forninhos, chaminé com lenha.

MATERIAL:
-Saco-cama e de nom ter um para baixas temperaturas é apropriado levar mantas.
-Roupa de inverno: gorro, luvas, braga.... Também polainas ou calças impermeáveis porque atravessaremos zonas de neve. Um impermeável sempre é necessário a estas alturas.
-Nunca está de mais levar bússola para assim estar sempre orientados e nom deixar que seja a pessoa que guia a que nos orinte a nós.

COMIDA: teremos de levar comida para toda a fim-de-semana. O ajeitado será fazer umha ceia da sexta rica em hidratos de carbono e almoçar bem o sábado, assim carregaremos a menor quantidade de comida possível para a marcha. Para esta sempre resulta bom levar froitos secos variados já que som muito energéticos e singelos e rápidos de comer, assim nalgumha parada breve que se fai nom custa ingerir pequenas quantidades destes que nos ajudam a nom necessitar comer muito depois. O esquema repetirá-se para a ceia do sábado e lamoço e jantar do domingo.

DIFICULDADE: ALTA, pois além da grande distáncia a percorrer teremos de salvar grandes desníveis que fam da ruta umha marcha dura.

CONTACTO: TELF: 988280011 de 16:00 a 18:30 (perguntar por Antom)
e-mail: aguaslimpas@gmail.com

REPASSO

De revisarmos a listagem de marchas da agrupaçom veremos que com o vindeiro assalto ao Teixedal serám já quatro as vezes que “metemos o dente” ao maciço de Trevinca. Isto vai-nos fornecendo dum conhecimento amplo e minucioso do que acontece à volta dum dos grandes tesouros que temos tod@s @s galeg@s e especialmente @s montanheir@s. Assim já vimos como dependendo do ponto cardeal do que enfrentes o Maciço atopamos distintas paisagens e estados de conservaçom diferentes.

Desde o Sur, no seu dia, achegamo-nos ao que é o conjunto de lagoas de origem glaciar mais grande da península, depois dos Pirineos, estando a maioria delas no entorno do Parque Natural da Lagoa da Seabra, e sendo esta a maior da Península de origem glaciar. Ali também vimos como o expolio energético nom deixa títere com cabeça: inundaçom dos milhores vales com presas como Pias e Sam Sebastiám, repressamento de lagoas glaciares como Veiga de Conde ou Veiga de Tera...

Desde o Oeste vimos um val também de origem glaciar, o do rio Jares, com menos densidade de lagoas e num estado de conservaçom bastante bo, onde o aproveitamento da terra nom foi muito além da subsistência, aínda que hoje podemos topar com algúm estabelecimento hostaleiro, com grandes monocultivos de pinheiro..., e o pior: como sempre, os grandes ladrons da nossa terra com a cumplicidade dos governinho da junta tenhem planeada a “instauraçom” de muinhos de vento mesmo ao pé do pico Maluro.

E desde o Norte, que é donde vamos partir os vindeiros dias, na anterior aproximaçom puidemos entrever baixo a mesta camada de neve como a cobiça de dinheiro leva a extraer sem couto a lousa que ateiga o solo da zona de Casaio.
Logo desta breve olhadela convém resgartar a completa radiografia da zona que já tínhamos editado, só que com algumha pequena correcçom.

VISOM DE CONJUNTO

A zona que imos visitar tém várias linhas educativas de interesse clara:

-Interessante morfologia glaciar.

-As peculiaridades desta zona dentro da Província de Ourense e as áreas montanhosas de Galiza: vegetaçom mediterránea e eurosiberiana.

-Albergar nas suas entranhas um magnífico bosque de Teixos, único em Europa: O Teixadal de Casaio, o bosque mais meridional de Europa de espécies de domínio eurosiberiano.

-O facto de contar com algumhas das maiores alturas do nosso País.

-Por tratar-se de um espaço enormemente conflitivo. Nesta zona confluem de jeito paradigmático: Um espaço de singular importança natural a proteger enfrentado ao município mais industrial de Galiza e num espaço de grande interesse económico. A indústria da pizarra, que ocupa os primeiros postos nas exportaçoes da Galiza.

-Os aspectos da memória histórica: As minas de Valborraz, cidade dos alemaes ou cidade da mina (cuja infraestrutura ainda se conserva bastante bem), onde os alemaes tinham a concesom da exploraçom do wolfram; a “cidade da selva” nos montes de Casaio, o quartel geral da Federaçom de Guerrilhas de Galiza entre os anos 1944-1946.

O Maciço de Pena Trevinca situa-se na Galiza Sul-oriental.Convém deixar claro que o Maciço de Pena Trevinca abrange na sua totalidade territorio galego. Umha cousa é a Galiza “oficial” e/ou administrativa e outra bem distinta a Galiza real.Atendo-nos à Galiza administrativa este maciço situaria-se na confluencia das províncias de Leom , Samora e Ourense.Porém, a Cabreira e Seabra som histórica, étnica e geográficamente Galiza.

Factores como o chao, o clima, o hábitat, a economia, o idioma, a cultura em definitiva, incluem espaços que nom pertencem à actual Galiza administrativa.A existencia de limites administrativos determina que a maioria dos autores reduçam os seus estudos ao espaço intrafronteiriço, algo que nom é factor chave para a geografia.Neste caso, como em muitos outros, nom há umha correspondencia entre os limites administrativos e os geográficos.Criterios topográficos utilizados no estabelecimento da linha divisional, seccionárom imaginariamente rios e cordilheiras com criterios chapuceiros como o de dividir os vales polo rio, quando este é o eixo da comarca constituída polas duas ribeiras do mesmo, ou no caso das montanhas, dividindo, com um incongruente albedrio fronteiriço, unidades geográficas indivisíveis.

No cume da Galiza, Pena Trevinca, junguem-se as comarcas da Cabreira e a Seabra, do Bolo e de Valdeorras numha irmandade natural e histórica de relaçoes sociais e económicas.Várias serras de delimitaçom confusa (serra do Eixo, serra da Mina, serra Calva, serra da Cabreira e serra Segundeira) componhem este maciço que se ergue a mais de 1900 metros sobre as bisbarras galegas de Cabreira, Seabra e Valdeorras.Na zona atopam-se algumhas das montanhas mais elevadas da Galiza: Pena Trevinca (2127 m), Pena Negra (2123 m) e Pena Súrvia ou Pena Trevinca Norte (2112 m).

Em quanto às altitudes é freqüente presençar um baile de números segundo que guia ou que carta geográfica se utilizar.As indicadas aquí procedem da cartografia mais recente: mapas do I.G.N 1:25.000.

Na vertente norte de Pena Súrvia ou Pena Trevinca Norte, trepando polas peadas abas da margem esquerda do regato Penedo, está o magnífico bosque de Teixos, o Teixedal de Casaio.

O maciço de Pena Trevinca continua a ser umha asignatura pendente na política proteccionista dos nossos espaços naturais.Organizaçoes e grupos ecologistas exigem a sua conversom em Parque Natural (30.000 hectares), e que ademais nom seja umha protecçom esvaziada de conteúdo. Na actualidade só o lago de Seabra e os seus arredores goçam deste reconhecimento (declarado parque natural já desde finais dos anos setenta).

No ano 2004 Pena Trevinca (só umha pequena parte do Maciço situado em território administrativo galego) foi incluída na proposta galega da Rede Natura 2000, como “Lugar de importância Comunitária”. Quando finalmente foi aprovado passou a ser umha “Zona de Especial Protecçom dos Valores Naturais” formando parte, portanto, da “Rede galega de Espaços Protegidos”. Na actualidade já é “Zona de Especial Protecçom de Aves”, passo prévio para a declaraçom de Parque Natural, já em trámitaçom com o da Serra da Queixa.

Todo este desplegamento de palavras proteccionistas nom é mais do que umha fermosa mentira que oculta umha desfeita imparável e permanente por parte, fundamentalmente, dos depredadores pizarreiros, mas agora também dos ladrons do vento que, como sabemos, tencionam montar um parque eólico ao pé do pico Maluro, para o qual foi necessário fazer retroceder as já de por si ruinosas fronteiras do Parque Natural a respeito da LiC existente, trámite que nom foi obstáculo algum, pois a própria administraçom galega é partícipe do projecto.
O atractivo biológico da zona reside fundamentalmente no grande desnível existente entre o nível de base, centrado na desembocadura do rio Casaio no Sil (350 m s.n.m) e as mais altas cotas altitudinais do Maciço de Pena Trevinca, com a conseguinte diversidade bioclimática que isto conleva.

Por outra parte a sua posiçom geográfica na Regiom Mediterránea, a escasa distância do limite meridional da Eurosiberiana, cujas influências chegam maioritariamente através da Cordilheira Cantábrica, permite a coabitaçom aquí de comunidades de ambas as duas procedências –ainda que som maioritárias as mediterráneas- o qual supoe umha diversidade e complexidade fitocenótica adicional.

Dacordo com as últimas propostas de divisom corológica da Península a área está situada na Regiom Mediterránea, sector Ourensano-Seabrense e subsectores ourensano e seabrense.O subsector ourensano foi circunscrito ao piso mesomediterráneo ourensano.Seguindo a indicaçom dalgum autor haveria que ampliar o subsector ourensano actual até o piso oromediterráneo.Este subsector poderia ter o seu limite com o seabrense nos montes de Trevinca, cuja vertente noroeste amossa importantes diferências com o seabrense, devidas fundamentalmente à sua maior influência eurosiberiana.

Analisando a corologia das comunidades presentes nesta área pode-se concluir que: Um 40% tem umha distribuiçom maioritariamente mediterránea frente a um 23% de área fundamentalmente eurosiberiano, mentres que o 37% restante tem um comportamento indiferente.Destacar ademais que as de area mediterráneo ocupam a maior parte parte da superfície deste território.Por último sinalar que segundo alguns autores existe umha fronteira aberta entre as montanhas do sector laciano-ancarense e o ourensano-seabrense.

O manto rochoso do território é fundamentalmente de tipo silício, ácido, correspondendo maioritariamente a pizarras e quarcita.Os solos, em geral pouco desenvolvidos.

A vegetaçom botánica do espaço natural é muito importante, com a presença de numerosos taxoes com um maior ou menor grau de endemicidade.Os cúmios som de piso silicícola de Juniperus nana ou genebreiro rasteiro, com umha vegetaçom tipo na que nom há bosque nem espécie arbórea dominante.O Juniperus é a única espécie da família cupressaceae que medra de forma natural (é autóctone) no nosso País. Os genebreiros, som muito sensíveis ao lume, vendo-ser mermados tras as queimas sistemáticas de todos os veraos.O verao de 2005 foi especialmente duro, ardendo boa parte destes espaços montanhosos.

Árvores que podemos olhar som: azinheiras (Quercus ilex subsp. Rotundifolia), por debaixo de 800 metros; rebolos ou cerquinhos; bidueiros, faias, teixos, pradairos, ameneiros, capudres, avelairas…

Como resultado de estudos fitosociológicos identificárom-se mais de 100 comunidades vegetais no terrritório.Em quanto à fauna contabilizárom-se 162 espécies de vertebrados: Um peixe (a troita), 12 anfíbios, 13 reptis, 100 aves e 36 mamíferos.Entre estes últimos está presente o lobo (moi abundante), o raposo, o arminho, a donicela, o tourom, a marta, a gardunha, o porco teixo, a londra, a algalia, o gato bravo, o javali e o corço.

O TEIXADAL DE CASAIO

Na actualidade o teixadal de Casaio é um bosque de 6 hectares formado por azivros, avelairas, cerquinhos, capudres, cerdeiras…etc e 300 teixos (Taxus baccata) que se concentram na margem esquerda do regato Penedo, a uns 1.350 m. de altura.Ali há um exemplar de 800 anos de idade e vinte metros de alto.
O teixo é umha árvore que se distribui por toda Europa e Macaronésia (Canárias), Ásia Menor e Noroeste de África. Habita altitudes baixas em latitudes elevadas; pola contra na Regiom mediterránea e macaronésia aparece nas altas montanhas, como no caso que nos ocupa.


Trata-se de um taxom de origem antigo (já no jurássico há fósseis de Taxus com caracteres próximos ao actual teixo), que deveu estar muito mais representado no passado. A pesar de poder renovar, o teixo foi-se fazendo cada vez mais raro, através dos séculos, em Europa.

Hoje em dia, a sua presença tanto em Europa como na Península é reduzida.A isto contribuírom a lentitude com que se desenvolve, a competência progressiva doutras espécies mais modernas ao longo da história geológica e fundamentalmente a intensa acçom antrópica em tempos mais recentes, pondo em perigo a existência da espécie que hoje se refúgia nas montanhas menos acessíveis como é este caso.

O seu uso histórico por parte do homem centrou-se no emprego da vistosa e duradeira madeira (compacta e dura e que nom apodrece) para mobiliário e para a fabricaçom de barcos, ou na clássica utilizaçom para a fabricaçom de arcos de frecha na idade meia (só se cortavam as polas para esta funçom).
Também as folhas, a pesar do seu conhecido carácter tóxico pola presença do alcaloide taxina (de umha espécie próxima, nos EUA, extrai-se o Taxol, um importante fármaco anticancerígeno) podem ser consumidas por alguns animais. Nesta árvore só a coberta encarnada e carnosa da semente carece dessa substância tóxica.

Sabe-se que as folhas som particularmente nocivas para o gado equino, causa também de que fosse eliminado sistematicamente quando o cavalo era o único meio de locomoçom, cárrega…, mas também que formam parte da dieta habitual de muitos animais nom domésticos.Nalguns pontos do Norte peninsular ainda som ocasionalmente utilizadas como ramom para o gado vacum.

Um indício da sua maior expansom em tempos passados é a grande quantidade de topónimos alusivos: teixedal, teixo, teixeiro/a, teixido…etc. Ainda que se fale de teixedais é raro encontrar rodais ou massas puras de certa extensom dominadas pola espécie que nos ocupa. É o caso do Teixedal de Casaio.

Para alguns autores em realidade nom se pode falar de “teixedal de casaio”, senom que se trata de um bosque mixto de frondosas que aproveita as condiçoes favoráveis de vaguada orientada ao norte e noroeste, ficando com carácter estável num marco geral tipicamente submediterráneo.Segundo estes autores, o que sucede é que neste caso há um certo número de teixos, muito grandes, que destacam muito na paisagem, particularmente em inverno (o teixo é umha árvore de folha perene de cor escura que a delata desde loge).As suas copas piramidais surgem do conjunto de planifólios caducifólios e os seus troncos às vezes adquirem na base dimensoes consideráveis.Porém a sua densidade nom alcança a doutras espécies, em particular os bidueiros. Para estes autores esta formaçom de Casaio deveria ser definida em funçom das árvores dominantes, tendo que defini-la como um bosque mixto com predomínio de bidueiros, no que também outras árvores, ademais do teixo, tenhem presença significativa: Acer pseudoplatanus, Sorbus aucuparia, Quercus pyrenaica, Prunus avium, etcétc.
Os melhores rodais de teixo (como é o de Casaio) apresentam umha densidade elevada no estrato arvóreo e o umbroso sotobosque está bastante limpo.Nas zonas onde o teixedal é menos puro intercalam-se érvedo, avelaira, espinho alvar…

A CIDADA DOS ALEMANS

Ao pé de Pena Súrvia, nas abruptas terras de Casaio, no município de Carvalheda de Valdeorras, ainda fica em pé umha boa parte da infraestrutura do que no seu dia foi umha importante exploraçom mineira de wolfram a cargo do régimem názi.

A começos da 2ª guerra mundial Franco deu-lhes aos alemans a concesom da exploraçom do wolfram das montanhas de Casaio. Os alemáns soubêrom da sua existência alguns anos antes de estalar a guerra. Entre 1942 e 1944 abrírom-se galerias e poços ciscados por toda a aba de Trevinca, numha zona, ademais, que era cenário de um importante reagrupamento de forças armadas antifranquistas.
O wolfram (assim chamado polos alemáns) ou tungsténio (assim o chamavam os ingleses) era moi importante para os alemáns a efeitos militares. A chave da sua importância para a indústria bélica germana residiu em que os alemáns desenvolveram umha técnica de aleaçom da que resultavam metais muito mais resistentes que os empregados polas tropas aliadas. Os aliados nom eram capazes de desenvolver o wolfram ou tungsténio além de filamentos para lâmpadas.

Porém a indústria bélica názi aproveitou ao máximo as possibilidades que lhes brindava este mineral, o metal com o ponto de fusom mais alto que naquela época se conhecia. Os projectis germanos eram de umha trajectória “mais limpa”, as blindagens de carros, camioes e automóveis mais seguros e sobre todo os canhoes alemaes requentavam-se muito menos que os das tropas aliadas. Só por isso, o Estado espanhol produziu no ano 1943 mais de quatro mil toneladas de wolfram. De 1938 data já a criaçom de “Montes de Galicia”, que operou em Casaio até finais da segunda guerra mundial, com um coronel názi como director. Foi entregada aos aliados em 1945. O momento de maior esplendor ou febre do wolfram seriam os anos 1942 e 1943.

“A cidade” som essencialmente dous grupos de cumpridos barracons brancos a um e outro lado da ainda incipiente canle do rio Valborrás. O rio dá nome à mina, “a mina de Valborrás” e a mina baptiça ao povoado, “a cidade da mina” ou a “cidade dos alemáns”. Um barracom acolhia aproximadamente 200 prisioneiros da guerra civil (socialistas, comunistas e anarquistas), generosa contribuiçom de Franco à alemanha hitleriana. Os prisioneiros (procedentes de todas partes: galegos, asturianos, andaluzes, espanhóis...) eram vigiados polos soldados alemáns. Entre a populaçom reclusa só uns poucos eram destinados ao lavadeiro do wolfram, onde já se conseguia o mineral num estado de pureza suficiente como para ser enviado à Alemanha. O resto dos presos abriam as galerias e poços ciscados por toda a aba de Trevinca num número indeterminado, a golpe de maça e barrena.

A excessiva confiança que o régimem franquista depositou no destacamento alemám da cidade, propriciou umha colaboraçom importante dos presos com o movimento guerrilheiro assentado nessas montanhas. O régimem espanhol cedeu a custódia dos prisioneiros aos alemáns alheio a três factores:

-O movimento guerrilheiro que se articulava nos vales de casaio.

-As probabilidades de mútua colaboraçom que brindava a coincidência em tempo e espaço.

-O escaso zelo que na custódia dos prisioneiros punham os alemaes.

Aos oficiais da “cidade” interessava-lhes muito mais a produçom total diária de wolfram que a custódia dos aproximadamente 200 prisioneiros conferidos às minas. O facto de que a cidade estivesse vigiada por um modesto posto de guarda evidenciava que nom era em seguridade no que mais se gastava. Para colmo, os presos começavam adquirindo carta de liberdade para pulular pola cidade e acabavam por se fazer com a regência do armazém da mina. Entre outras cousas no armazém havia sobre todo explosivos. Assim, os prisioneiros políticos chegárom a prover de dinamita aos guerrilheiros.

Junto aos mineiros presos havia aproximadamente 200 chamados “operários livres”. Por último umhas 300 mulheres empregadas na sua maior parte nos lavadeiros de wolfram. Portanto, em conjunto, nos seus momentos mais álgidos, a cidade puido estar habitada por umhas 700 pessoas.

Quiçá mereça ser destacada a fugida da mina, em 1944, do preso político Francisco Elvira Cuadrado (natural de Guadalajara), que se converteria mais tarde no líder da facçom comunista da Federaçom de Guerrilhas de Galiza e formaria parte do seu Estado Maior. A cidade dos alemaes seria também objecto de ataques guerrilheiros e até de momentáneas ocupaçoes por parte destes.

TREVINCA E OS GUERRILHEIROS

Gerrilheiros galegos

Os acidentes orográficos da Galiza oriental fôrom, desde o primeiro momento, um dos refúgios favoritos como lugares de concentraçom dos resistentes antifranquistas. Mas se as condiçoes orográficas eram óptimas para os fugidos, nom o seriam tanto as climatológicas, que dificultavam a vida nos montes, ao ar livre. Por isso, contra as versoes mais divulgadas e ainda desmentindo o rigor de umha das expressoes polas que eram conhecidos: “Os do monte”, os guerrilheiros e guerrilheiras viviam a maior parte do tempo nos povos e aldeias, em casas de toda confiança, sobre todo durante o inverno, repartidos individualmente ou por parelhas nas distintas vivendas e cambiando –por precauçom- cada semana de casa.

Manuel Álvarez Árias, “O Bailarim”, junto com o “Ánimas”, e “O Aguirre” (Alfredo Yáñez Domínguez) converteram-se no Outono de 1936 no primeiro grupo de resistentes desta zona. Deste grupo de Casaio, ainda que nom com os seus integrantes iniciais, ía surgir o grupo que remataria aglutinando a luita guerrilheira antifranquista e possibilitando a primeira organizaçom armada de pós-guerra de todo o Estado: A Federaçom de Guerrilhas de Galiza.

Casáio era um refúgio seguro. Ademais a Serra do Eixo supujo um salto qualitativo importante ao alonjarem-se os fugidos e perseguidos dos seus povos respectivos, o que supunha tranquilidade para os familiares e a necessidade de dotar-se de umha mínima infraestrutura organizativa. As montanhas de Casaio (estribaçoes de Trevinca Norte e Serra do Eixo) é o cenário onde se organiza a primeira resistência armada galega, entre os anos 1939 e 1941, mas este papel de “quartel general” ou centro de concentraçom e mando seria traspassado, entre 1942 e 1943, a Penas de Ferradilho-Montes Aquilianos (Concelho de Priarança, comarca do Berzo).

Reuniom de gerrilheiros em Penas de Ferradilho. Abril de 1942

Casaio volve desprazar a Ferradilho como santuário organizador da guerrilha em Outubro de 1944, com motivo do IV Congresso Congresso da Federaçom. Este Congresso, assim como o quinto e o sexto (que seria o último) vam-se realizar na “cidade da selva”, nome que recebiam o conjunto de campamentos guerrilheiros estabelecidos nos montes de Casaio, sobre todo nos vales de A Morteira e de A Brunha, em plena serra do eixo ourensana. Ficavam perto do Pico Maluro (1.934 m), na cordal da serra do eixo, e as populaçoes mais próximas eram as penquenas aldeias de Ricosende e Soutadeiro.

O sexto e último congresso realiza-se em Julho de 1946. Na serra do Eixo reunírom-se o Estado Maior, as chefaturas de Agrupaçom, delegados das diferentes correntes políticas e guerrilheiros dos destacamentos que operavam na zona. Reunírom-se em total uns 20 homes distribuídos em 6 chousas, 3 na parte superior do vale e as restantes, um quilómetro mais abaixo. Todas elas bem dissimuladas pola vegetaçom. O congresso foi assaltado pola guarda civil e por contra-partidas, morrendo em combate dous guerrilheiros da Federaçom. Este seria o começo da desintegraçom desta organizaçom armada, que se consuma já definitivamente em 1947.

PIZARREIRAS E ESPÓLIO

É sabido que desde a época pré-romana a comarca de Valdeorras tivo no seu grao umha grande fonte de riqueza, a minaria é algo inseparável da história da comarca. Os beneficiários da exploraçom dos recursos mineiros de Valdeorras fôrom na sua maioria gentes foráneas que se aproveitárom de umha populaçom que explorárom e escravizárom. Um chao especialmente rico foi esquilmado desde fora, desintegrando às populaçoes galegas deste território e impedindo o desfrute e proveito da sua própria terra. Como afirma Ricardo Gurriarám no seu livro “Da pré-romanizaçom ao wolfram: apontamentos históricos das exploraçoes mineriais em Valdeorras”:

“Na maioria dos casos, o mineral extraído sempre viajou lá das nossas fronteiras, e o dinheiro resultante da comercializaçom sempre se investiu fora. A mao de obra precisada, quando nom escravizada ou forçada, escasamente influiu na geraçom de postos de trabalho valdeorreses, nom precários, quer dizer, na ajuda do desenvolvimento económico da nossa bisbarra”.

Depois do ouro do wolfram chegou, nos anos sessenta, o ouro preto da pizarra. Novos saquadores ocupárom este território para enriquezer-se de forma continuada até hoje, substraindo à populaçom do desfrute das suas terras e do seu monte, impossibilitanto outros usos, outro desenvolvimento económico e hipotecando o futuro da zona para anos e anos. Também agora os benefícios da pizarra invistem-se maiormente fora. Os novos saqueadores abrírom montanhas, destroçárom caminhos, formárom montanhas de escombreiras, eliminárom regatos...etc. Já nom estám as legioes romanas nem os soldados alemans, agora o espólio e a ruína som democráticos, legais e até consentidos e aplaudidos por umha populaçom que perdeu o sentido da colectividade, individualizada, sem perspectiva de futuro e desarmada, vendo no arrendamento dos seus montes comunais às pizarreiras como um factor de postos de trabalho, enriquecimento pessoal e “progresso”.

Na Galiza existem polo menos 27 tipos de lousa, ocupando umha extensom aproximada de 1/3 da superfície total galega e localizando-se predominantemente na sua metade oriental. Em Trevinca localizam-se as maiores reservas de pizarra do mundo. Galiza é o primeiro núcleo produtor e exportador mundial de pizarra elaborada. A pizarra representa, em termos económicos convencionais, aproximadamente o 3,3% do PIB galego. Pizarras e granitos (subsectores mineiros) constituem hoje os verdadeiros perpianhos da minaria galega. Devemos recordar que Galiza representa o 13% da minaria do Estado, ocupando o terceiro posto em importância no panorama mineiro (minaria energética, minaria metálica e minaria ornamental).

Se nos centramos nas rochas ornamentais (caso da pizarra e granito) representa um 22% da produçom total estatal e é a primeira exportadora por valor económico. Em quanto à produçom de pizarra, a galega representa o 73% da produçom estatal.

Ademais das comarcas de Valdeorras e da Cabreira, que vivem praticamente em exclusiva da indústria pizarreira e que concentram mais do 75% do tecido industrial deste subsector na Galiza, outras zonas pizarreiras na Galiza som Ortigueira, Mondonhedo, Fonsagrada, e Quiroga (O Courel). Arredor de 100 som as empresas que se adicam no País à extracçom e elaboraçom pizarreira, a maioria ubicadas em Valdeorras e A Cabreira. Entre estas, Ampealsa-Emeritasa, do pai de Pérez Vidal (do PP) e o monstro Cupire Padesa, S.A, com perto de 600 trabalhadores. O emprego neste sector caracteriza-se polo alto nível de eventualidade, pola juventude dos seus trabalhadores e a incorporaçom das mulheres da zona, adicadas a tarefas como o empacotado.

Aproximadamente o 80% da produçom de pizarra galega exporta-se, sendo a Uniom Europeia a receitora do 95% das mesmas (França, Alemanha e Reino Unido). Do total de pizarra exportada no Estado espanhol, o 75% era lousa galega.


























































X Acampamento de Verao

Como todos os últimos fins de semana do verao, reunimo-nos num par de jornadas de convívio, caminhadas, lezer e conversa, que servirá...