CRÓNICA DO ROTEIRO
O sábado 9, com um dia soleado que acabaria por atoldar-se cara a noitinha, como estava previsto sete sendeiristas começamos a caminhada por volta das onze da manhá, a menos de um quilómetro ao norte da barragem de As Portas. Desde o primeiro momento seguimos umha pista que bordeja todo o perímetro Norte do encoro.
Quanto à fauna do lugar, da que já déramos um bo repasso teórico os dias prévios, andando a rota puidemos observar várias das espécies assinaladas. O minhato queimado (Milvus migrans), também alviscado duas semanas antes na jornada de preparaçom da andaina, foi umha das aves de rapina que mais claramente distinguimos, mas também nos acompanhou a sorte ao passar bem perto nossa umha tartaranha cinzenta (Circus pygargus). O lagarto das silvas (Lacerta schreiberi) foi umha das espécies mais espectaculares das que se mostrarom aos e às excursionistas. Quanto a mamíferos foi só chegando ao final do dia quando um assustado corço (Capreolus capreolus) fugiu a fume de caroço ao nosso passo. Resulta abraiante a velocidade com a que se movem estes animais, atingindo num intre outeiros que a nós nos levaria um bom bocado. Por último falar do temido lobo. Nom é que o víramos, mas si deixou a sua pegada. Por umha parte os seus excrementos, mas também o feito de que duas semanas antes tivéramos visto um javali morto ao pé do rio e agora, do javali, só ficava parte da cabeça e o costelar bem relambido, e mesmo o termos atopado restos óseos de corço polo chao, som factos que revelam inequivocamente a presência do mítico Canis lupus: O LOBO.
Crónica em imagens do roteiro:
"> Imagem do campamento do roteiro do 9 de maio de AMAL
Placa colada na parede do campamento "Augas Limpas" neste roteiro em lembrança @s companheir@s do "Exército Gerrilheiro do Povo Galego Ceive"
Momento de colocaçom da placa na parede do campamento "Augas Limpas" do EGPGC
Quarto do campamento do EGPGC utilizado como cozinha
A saída será o sábado 9 de Maio, às 8:30, desde a estaçom de autocarros de Ourense.
Características da ruta
Se habitualmente temos como alvo das nossas saídas qualquer cúmio, desta volta nom será assim. Augas Limpas agarda perto da beira do encoro de Portas, ao pé do Pico Ortiga (1526m), concretamente no corgo que recolhe as augas do regueiro Malharelo.
Percorrido: 24 quilómetros sem desnível a umha altitude media de 850 metros. A ruta é de ida e volta.
Dificuldade: Média.
O regresso será a manhá do domingo, depois de passar a noite em tendas de campismo.
No momento de escolher a roupa que levamos às marchas é importante saber que características tem o terreo. Neste caso, como digemos, caminharemos por umha pista abandonada com zonas de tojeira e maleza, polo que devemos levar umhas calças resistentes que nos amparem no possível dos pinchos. Uns vaqueiros podem ser umha boa escolha pois nom vamos ter grandes ascensos ou descidas fortes, mas tede em conta que podemos ter um dia bastante caloroso (máximas de 20 ºC).
Estremos expostos ao sol na maior parte da andaina, polo que é apropriado levar protecçom, tanto cremes quanto bonés ou sombreiros quem quiger. Este ponto é importante, aínda sabendo que podemos ter o ceo atoldado, pois a radiaçom afecta-nos igual.
Quanto à comida, temos de levar para todo o sábado e mesmo almoço para o domingo. Durante a marcha é necessário levar alimentos energéticos e ligeiros para ir ingerindo em pequenas paradas, por exemplo frutos secos (figos, dátiles, amendoas...) ou fruta, chocolate... Assim como qualquer cousa para fazer umha pequena comida ao meio-dia. Necessario LEVAR AUGA, mínimo um litro e méio per cápita, aínda que ao chegar a Augas limpas poderemos encher de novo as garrafas, pois entre o calor, o esforço e o pó da maleza, a sede vai ser de certo umha companheira de viagem.
Finalmente durmiremos em tendas de campismo, polo que levaremos todo o material necessário para isto: tenda, saco-cama, isolante, lámpada...
A finais da década de 80 o cerco policial sobre o EGPGC estreitou-se até o ponto de obrigar a militantes, que até daquela se agachavam em moradas de gente conhecida, a fugir cara lugares mais seguros. Foi no verao de 1987 quando José Antonio Matalobos Rebolo e Antom Árias Curto, depois de terem esquadrinhado boa parte da montanha do País constroim o refúgio de Augas Limpas no corgo do Malharelo, regueiro que verte no encoro de Portas, situado ao Leste dos montes do Invernadoiro.
Logo histórico do EGPGC
A escolha do lugar atendeu ao carácter oculto deste, mas sobre todo o facto de estar muito perto de Portugal. Quanto ao nome, é evidente que se deve à cristalinidade das augas do Malharelo, que baixam desde o Pico Ortiga para estagnar-se numha pequena poça antes de morrer no encoro.
Umha vez construído, os moradores foram Antom Garcia Matos, José Manuel Sam Martim Bouça, Manuel Chao Do Barro e Daniel Leal, instalados alí no inverno do 1988.
Resenha ecológica
O encoro de Portas, por onde caminharemos, está ao Sur-Leste do Parque Natural dos Montes do Invernadoiro. Este é um espaço natural de carácter montanhoso situado ao Sur do maciço central na província de Ourense, entre os ríos Ribeira Grande e Ribeira Pequena, e formado polas Serras de Sam Mamede, Queixa, Maceda e o Fial das Corças, que constituem o Maciço Central Ourensam, com altitudes entorno ós 1000-1600m, situadas no termo municipal de Vilarinho de Conso.
As altas montanhas de cumes cobertos de pastos, mostran nas suas pinadas abas grandes extensons de queirugais que, chegando às ribeiras dos rios, cedem o protagonismo às fragas e soutos fluviais nos que a vida bule de forma sorprendente. Aqui e ali, escuras e espalhadas manchas de pinheiros recordam a que foi a árvore predominante no passado. A fauna que tem aqui o seu fogar, assombra pola sua riqueza e adaptaçom ao medio.
O espaço destaca pola sua riqueza faunística, botánica e enorme interesse geomorfológico e paisagístico. Actualmente conta coa categoria de parque natural desde o 5 de Junho de 1997, Decreto 155/1997 (DOG do 27 de Junho de 1997); mas foi refúgio de caça como espaço natural em regime de protecçom geral coa Orde do 15 de Novembro de 1989 e coa regulaçom das actividades de uso público segundo a Orde do 8 de Janeiro de 1990, ocupando umha extensom de 5500 ha.
Vegetaçom
Este espacio natural está encadrado na rexión Eurosiberiana, provincia Cántabro-Atlántica, sector Galaico-Portugués, subsector Xuresiano Queixense.
A forte influencia mediterránea pom de manifesto umha etapa madura da serie Vaccinio myrtilli-Quercetum roboris sigmetum, com abundante apariçom do rebolo (Quercus pynenaica), ou denotada também pola ausência da Daboecia cantabrica nas formaçons de mato de urze e tojo...
A associaçom dominante é a Genistello tridentatae-Ericetum aragonensis, e também com umha abundáncia importante, ainda que em menor proporçom do que a anterior, atopámonos coa associaçom Agrostio duriaei-Sedetum pyrenaici. Também destacam as formaçons de prados ibéricos silíceos, que obedecem maioritariamente à associaçom Teesdaliopsio confertae-Festucetum summilusitanae.
Destacam como espécies de interesse os capudres (Sorbus aucuparia), os teixos (Taxus baccata) e abrunheiros (Prunus spinosa), entre as árvores, pola importáncia da alimentaçom que tenhem na fauna, assi como as silvas (Rubus ulmifolius), avelairas (Corylus avellana) e estripeiros (Crataegus monogyna), entre os arbustos.
A fauna presenta a pirámide trófica completa. O lobo, único superdepredador presente, actua sobre as povoaçons naturais de corço e javali. O mais importante é a presença dumha povoaçom de doze exemplares com permanência mais ou menos estavel e com um comportamento de predaçom sobre animais selvagens, em oposiçom a outras povoaçons "degeneradas", que som predadoras “oportunistas" sobre aves de curral, depósitos de lixo, etcétera.
Som também mamíferos notaveis da área:
O leiróm gris (Glis glis), o teixugo (Meles meles), a marta (Martes martes), a gardunha, (Martes foina), o arminho (Mustela erminea) e a donicela (Mustela nivalis). Encontramos também povoaçons notaveis de ungulados, coma o corço (Capreolus capreolus), o cervo (Cervus elaphus) e mais o gamo (Dama dama).
Ademais destas espécies, estám presentes o desmám (Galemys pyrenaicus), o tourom (Mustela putorius) e mais a lontra (Lutra lutra) que habitualmente vivem no rio, ribeiras e zonas húmidas en geral.
Quanto à avifauna presente, é de destacar a presença de duas parelhas de águia real (Aquila chrysaetos) que, malia nom chegarem a criar no interior do parque, si utilizam o espaço como zona de alimentaçom. Anthus campestris (pica papuda), Bubo bubo (bufo real), Circaetus gallicus (águia cobreira), Circus cyaneus (gatafornela), Circus pygargus (tartaranha cinzenta), Falco peregrinus (falcom peregrino) ou Perdix perdix hispaniensis (perdiz charra) som só algúns exemplos das numerosas aves que habitam no parque natural do Invernadeiro.
falcom peregrino