21 de outubro de 2009
Falo como irmão aos povos cheios de esperança
Falo como a irmã para os povos cheios de esperança
Falo como a irmã para os povos cheios de sereias,
falo envolta nos lenços entre os que dormes,
falo por dentro das consciências e dos dias,
falo para cada uma das almas que caminha comigo a novo passo.
Falo como irmã para os povos cheios de sereias,
colgando da minha pele chegam barcos todos os dias.
Desde o norte frio do fim do mundo
conto histórias que um dia outros sonharam.
Nas cantigas velhas da memoria escrevo,
escrevo na onda do mar que buscou meu amigo,
escrevo na onda do mar que busca o samba.
Partilhando com a lua
pensamentos que penduram dos cabelos
caminho sobre uma e outra pedra
e no meio mesmo da pedra
encontro um caminho cheio de esperança.
Não sou de longe nem de perto,
nem do sol ou da lua nova.
Levo colados à pele muitos anacos duma memória escindida
A memória que fugiu nos barcos e nas expedições,
a memória de milhões e milhões de escravas,
a memória dos povos que éramos antes da invasão dos tempos.
Caminham ao meu rente muitos homens,
também caminham mulheres e cavalos.
Se as nossas palavras são as mesmas,
se os nossos sofrimentos também são os mesmos.
Se é que temos a mesma dor nas feridas,
se é que eu sou a irmã da lua,
se é que eu falo como uma irmã.
Abaixo os puristas,
todas as pessoas com o seu alento para criar, todas,
todo o feio, suxo e infértil, todo,
os erros, as incorreções, todas,
as nações sem protocolo nem carta de felicitações ao senhor diretor, todas.
Abaixo os puristas, não quero saber da vida que não é libertação
E que venham através de mim muitas vozes,
vozes longo tempo silenciadas,
vozes de inumeráveis nações escravas,
porque quero ser a vossa voz,
a calor do vosso rosto,
a lua nova da madrugada.
Junto à estrela da manha
debuxarei de novo a vida
para cantar com todas as vozes que habitam nos nossos olhos,
para cantar também aos que estão por vir
para humilhar uma a uma todas as gerações,
para que venham outras nascidas de areia,
para seguir vivendo o tempo eterno da palavra.
Falo como a irmã para os povos cheios de sereias,
falo envolta nos lenços entre os que dormes,
falo por dentro das consciências e dos dias,
falo para cada uma das almas que caminha comigo com novo passo.
Na fronte levo milhões de estrelas,
nas mãos uma canção eterna,
Caminho rompendo as cadeias
impostas à liberdade da minha mente,
e começo tudo com um sim,
porque neste tempo de emergência e calamidade pública
falta ainda a resposta.
Oh Wall Street lameiro luminoso,
deixa sair já a voz da civilização enterrada no ouro preto,
deixa aboiar a longa noite que nos fixo renascer com a lua,
deixa que soprem os berros do presente ao passado num futuro incerto,
deixa nascer as flores sobre as estrelas novas
penduradas deste infinito céu.
Falo como a irmã para os povos cheios de sereias,
falo envolta nos lenços entre os que dormes,
falo por dentro das consciências e dos dias,
falo para cada uma das almas que caminha comigo com novo passo.
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